O ~advento da tecnologia~ nos trouxe a internet banda larga, uma benção que concede a quem possui-lá o direito de publicar algo “de graça” e outras coisas mais. Mas como sempre dizem, toda dádiva pode também ser um pesadelo. Ao contrário do passado, quando o acesso a internet custava caro, hoje as pessoas acessam o dia inteiro, tanto que a pergunta “quantas horas você passa online” nem faz mais sentido.
Este uso em excesso da internet faz com que as pessoas tenham filtros diferentes do que tinham antes. As pessoas publicam mais do que pensam, por consequência, compartilham mais do que deviam e acabam gerando o que hoje em dia chamamos de “oversharing”. Na noite do 4º dia de Campus Party, Rosana Hermann falou de forma bem humorada sobre o assunto.
Antes de começar a falar sobre o assunto, foi esclarecido melhor o significado do termo “oversharing” para quem não é muito familiarizado com o inglês. Sharing, como muitos devem saber, é referente a “compartilhar”, “dividir”, etc. O “over” é referente a “passar do limite”, utilizado na língua inglesa para identificar algo que está acima do limite comum.
A pesquisa do Youpix que foi citada pela Rosana em sua fala traz um pouco mais sobre a privacidade do brasileiro em tempo de redes sociais e pode ser conferida neste link.
Nesta pesquisa ficou claro que a grande maioria das pessoas acham que os outros estão compartilhando coisa demais, mas ao mesmo tempo apenas uma porcentagem não tão considerável – cerca de 1/3 – acha que não está compartilhando demais. E o por que as pessoas estão compartilhando? Uma parte quer apenas dividir a sua vida com as outras pessoas, e é aí que a Rosana lembra que a maioria das pessoas não quer saber sobre a vida dos outros, criando um pequeno paradoxo. Você não quer saber da vida dos outros, mas ao mesmo tempo quer dividir a sua vida com as outras pessoas.
Quais são os seus limites do que pode ou não pode ser postado? Você deve saber, consciente ou insconscientemente, mas o fato é que os seus limites são diferentes do meus e de qualquer outra pessoa. Estes limites estão ligados principalmente a questões culturais e vem da criação de nossos país, da convivência com os nossos amigos e todo o resto da sociedade que nos cerca.
Rosana também citou a hashtag “#roletadounfollow“, que é quase uma experimento social de até onde vão os limites das pessoas.
A conclusão deste encontro é que as pessoas querem ser vistas, elas fazem coisas bizarras porque querem se tornar celebridades (na maioria das vezes se tornam sub-celebridades), coisas que muitas vezes nós achamos repugnante ou até normal. Vai depender da cultura de cada um.