Na manhã deste dia 8 de Fevereiro a primeira atividade do palco de mídias sociais foi um debate entre João Ciaco (diretor de publicidade e marketing de relacionamento da Fiat Brasil), Edmar Bulla (CEO da Croma Marketing Solutions), Raphael Vasconcellos (VP Executivo da Agência Click Isobar) e mediado por José Saad Neto (editor executivo da Proxxima), onde ambos falaram um pouco sobre como é possível compreender e tentar controlar o ambiente das mídias sociais.
João, da Fiat, comenta que as empresas ainda estão enfrentando esta grande dilema, que é a saída do atendimento privado, onde você conversava diretamente com o consumidor em um canal fechado, para um espaço público, onde qualquer pessoa tem acesso e pode acabar entrando nessa conversa junto.
O executivo de marketing e publicidade da Fiat Brasil também comentou bastante de um recente case da empresa, o Fiat Mio, automóvel que foi concebido de forma aberta, ouvindo opiniões, ideias e críticas do público. Para ele, o grande desafio neste processo foi o combate entre o sistema clássico de hierarquia que existia dentro da empresa para construção de carros, desde a concepção até a aprovação pela diretoria, contra a forma “social” de decisão das coisas, onde o público era o grande influenciador e defensor das ideias.
Raphael, da Click Isobar, lembrou que um dos grandes problemas neste processo é a forma como a empresa recebe o comentário, que é encaminhado pelo responsável, a resposta volta e depois ela é publicada, ou seja, é um processo grande e complexo que muitas vezes acaba com a agilidade necessárias em muitos destes meios. E se você “forçar” esta agilidade, pode acabar perdendo a identidade da marca no meio do caminho.
Muitos devem lembrar do “#fail” da Fiat de algum tempo atrás, quando na coletiva de imprensa do lançamento do Novo Uno, ao serem questionados sobre a possibilidade da cor rosa do Uno, alguém da equipe respondeu que não faria estes carro para os São Paulinos. Na época a empresa foi muito criticada, mas João lembrou que foi de grande aprendizado para a empresa que estava tentando entender como se comunicar de forma segura com o seu público e que na época, a equipe de respostas era divida na equipe de engenheiros e do “happy hour“, onde tentavam trazer um pouco de descontração a coletiva.
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Outro grande problema que se enfrenta com frequência nessa área são os imprevistos proporcionados pela internet, como o que Raphael contou. O VP Executivo da Click Isobar comentou de um “problema”, onde houve uma tentativa de criar uma rede social para quem gosta de carros e isto acabou gerando muitas visitas de fora do Brasil, fazendo com que a empresa precisasse correr atrás de traduções completas do serviços em poucos dias.
A quantidade de problemas é igual ao número de oportunidade hoje em dia. Empresas estão se preocupando mais porque finalmente o digital significa fatia de mercado, influencia diretamente nos negócios da empresa. Todos departamentos de uma empresa já são dependentes do digital. Um exemplo é de quando trabalhei com a Nokia, onde na criação do primeiro canal de interação, a pessoa responsável passou por vários treinamentos de produtos, processos, jurídico, etc, pois a empresa precisa estar preparada para tudo.
Comenta Edmar.
João lembra que as empresas precisam entender como estas multinacionais vão trabalhar com a identidade da marca se ela é controlada por vários lugares, por várias pessoas. Ter várias posições no mundo em relação a marca é normal para grandes empresas e o que é relevante em um lugar nem sempre é em outro.
Espaço para perguntas. – Foram feitas algumas perguntas interessantes, como o problema em relação a encontrar profissionais da área digital.
Todos participantes do debate concordam no problema de encontrar pessoas que possam trabalhar na área digital. A falta não é apenas o problema, também a necessidade do mercado. Empresas de fora vindo para país, novas agências digitais sendo criadas, agências “tradicionais” abrindo seus departamentos digitais e empresas procurando profissionais internos. É algo que tem muita oportunidade, mas muita pessoas da área são jovens que nem sempre estão preparados para lidar com o mercado e/ou com tamanho da profissão. A indicação de que profissionais da área procurem conhecimentos mais sólidos de marketing foi unânime também.
O grande problema também é o conflito de gerações, são pessoas que prezam muito o tradicional e estão chegando pessoas jovens que pensam muito diferentes. Precisamos de pessoas que entendam de marcas, porque de ferramentas e processos o mercado se altera, se acostuma.