O assunto dos últimos dias tem sido o CISPA (Cyber Intelligence Sharing and Protection Act), que simplificando o máximo possível é uma nova versão do SOPA, PIPA ou qualquer que seja o ato malvado que está ameaçando a liberdade e privacidade na internet.
Mas o que tem causado muita discussão na internet não é apenas o fato de esta ser mais uma das dezenas de formas que as empresas estão procurando para “deter a pirataria” (e pode ter certeza que esta não vai ser a última), é o fato de grandes marcas da área digital já terem se mostrado a favor deste projeto. Empresas como Microsoft e Facebook já se mostraram favoráveis a tal novidade.
Lembrando que o CISPA, assim como o SOPA, PIPA, ACTA, etc, são referentes apenas aos EUA. A grande ameaça a todos é que, após aprovado por lá, poderá facilmente chegar ao resto do mundo. Sem contar que a grande maioria dos serviços que usamos é baseado nos Estados Unidos.
Sob um olhar mais simples, a lei pretende atualizar a Lei de Segurança Nacional de 1947, e neste novo projeto a ideia é que empresas e serviços web possam trocar informações com governo afim de proteger dados privados ou que sejam considerados como ameaça. Segundo o Gizmodo Brasil, tais ameaças podem ser:
Informações que estão em posse de um indivíduo da comunidade de inteligência que dizem respeito diretamente a uma vulnerabilidade ou ameaça a um sistema ou rede de uma entidade privada ou do governo, incluindo informações referentes à proteção de um sistema ou rede com tentativas para degradar, perturbar ou destruir; ou roubo ou apropriação indevida de informações, propriedades intelectuais do governo ou de entidades privadas.
Apesar de não parecer ter uma relação direta com SOPA ou PIPA, muitos estão acusando o projeto de ter questões muito abertas e que, se utilizadas de má fé, podem ser usados para os mais diversos fins.
E por que tantas empresas estão interessadas neste projeto, o CISPA?
Como já comentamos no começo deste post, muitas empresas como Microsoft, IBM e dezenas de outras já se mostraram favoráveis e tal projeto, inclusive o Facebook publicou uma carta aberta por conta de sua decisão, que pode ser acessada neste link.
Em resumo, as empresas se interessam muito por este projeto porque, segundo ele, estas poderiam enviar informações para uma agência do governo que controlaria dados e qualquer ato que pudesse servir como um passo para ataques em geral.
Já no SOPA, por exemplo, a ideia era que as empresas fossem responsáveis por tais dados, então, elas poderiam acabar sendo acusadas de ser conivente com tais atos, caso suas ferramentas fossem utilizadas. Isso obrigaria as empresas a monitorar e censurar qualquer coisa que pudesse torna-las cúmplices de um ataque.
A sua primeira impressão pode ser que o CISPA não seja tão ruim, mas muitos ativistas ligados a causa temem que a ‘má construção’ deste projeto poderá abrir brechas que são muito complicadas de serem fechadas depois. Ou seja, a sua privacidade estaria em grande risco.
A EFF (Eletronic Frontier Foundation) é uma das organizações que se declarou contra o projeto e nesta publicação eles explicam porque. Entre as razões, eles acusam o projeto de deixar muito amplo o termo “ameaça a cyber inteligência e/ou segurança“, podendo este trecho ser utilizado para combater a pirataria. Segundo a mesma organização, “A ideia é de facilitar a detecção para defesa contra amaças sérias, mas as definições do projeto vão muito além disto.”
Como eu posso lutar contra?
Antes de tomar uma posição oficial recomendo dar uma lida no projeto, que pode ser acessado aqui. O Avaaz, um dos maiores sites na organização contra tais atrocidades do mundo moderno, já tem uma petição online contra o CISPA aberta neste link.
Para mais informações sobre o CISPA recomendo: