Um dos assuntos mais quentes de qualquer pedaço da internet são as fofocas de celebridades. Não é à toa que o EGO, sub-portal do G1 focado apenas em celebridades, é uma das sessões mais importantes desse que é um dos maiores portais do país. Vivemos em uma época onde todos ainda querem seus 15 minutos de fama (e isso nem significa mais aparecer na TV).
Entre os dez perfis mais seguidos do Twitter, segundo o TwitterCounter, sete são celebridades (oito se contarmos Barack Obama como uma celebridade pop) – sobram o Youtube e Instagram nesta lista dos dez principais perfis. No caso dos dez principais perfis do Facebook, seis são celebridades da mídia.
As celebridades são um refém de seu próprio sucesso. Grandes celebridades como Justin Bieber, que além de surgir “do nada” e chegar até o topo do sucesso em tão pouco tempo, e ainda por ser tão novo, nem sempre conseguem suportar o que eles mesmos criaram. Pessoas assim não foram criados como nós, pessoas normais e por isso não refletem o que somos. Como não somos famosos e eles [os famosos] tem tudo que gostaríamos de ter, vivemos idolatrando eles e muitos querem ser aquelas celebridades. O resultado disso é que as pessoas famosas acabam servindo de modelo para muitas pessoas e convenhamos, quase nenhuma celebridade é realmente um exemplo de ser humano.
É no fundo dessa realidade que surgem as preocupações com a imagem que as celebridades estão passando para as “pessoas normais”, mas as pessoas talvez já tenham encontrado uma solução para isso. No Japão (sim, aquele lado do mundo já está no futuro, literalmente) já tem uma celebridade que nunca nasceu fisicamente, mas vive nos computadores de cada um de seus fãs. Hatsune Miku é um nome dado ao “avatar”, um personagem de uma menina que canta e tem um show de holograma. Parece inacreditável, mas Hatsune é um sucesso daquele lado do mundo e conquista muita gente do nosso lado do planeta. O nome deste personagem significa em japonês “som do futuro”, e talvez seja mesmo.
A “voz do futuro” nada mais é que um programa que sintetiza a voz humana e você pode comprar essa voz adquirindo o Vocaloid 3. Neste artigo da Wired (em inglês), James Verini destrincha um pouco melhor o que é e qual a importância de Hatsune Miku para o cenário da música.
Neste programa (em inglês, sem legenda :/) abaixo Chris Plante, do site americano Polygon, compara a importância de Hatsune com Justin Bieber. Será que a japonês(a) é uma celebridade melhor do que o Justin B?
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=8Kb_WBChA5U /]
A principal justificativa para esta questão é que celebridades como a Hatsune Miku não se envolvem com drogas, perseguições de carro, festas com garotas de programa ou engravidam fãs adolescentes. Mas talvez uma celebridade correta demais não seja o que todos procuram, talvez alguns de nós esperem que os famosos sejam tudo aquilo que não somos, inclusive malucos. (Bônus: Aqui tem uma música do show Ao Vivo de Hatsune Miku)
Mas se não for pela simpatia e qualidade musical que um holograma vai conquistar você, talvez você possa ser conquistado pela proximidade com as celebridades. Para os grandes fãs, o objetivo de sua vida é conseguir chegar perto de quem idolatra, mas e se você pudesse fazer parte do sucesso de alguém?
Esse é um dos maiores trunfos da personagem japonesa, que conta com a colaboração de milhões de fãs ao redor do mundo, que compõe músicas com a voz dela e produzem animações e vídeos usando a sua imagem – mesmo que os direitos sobre o nome e visual da personagem estejam sobre controle da empresa criadora do Vocaloid, o seu uso em geral é bem liberal.
Fandom
Dentro deste universo de adoração existe um termo muito interessante chamado de “fandom”, o diminutivo de “fan kingdom” (reino de fãs, em tradução literal). São comunidades de pessoas que tem um gosto em comum, mas em geral esse termo é usado para as pessoas que são realmente fãs, não apenas aqueles que gostam ou admiram algo.
A internet tem um papel fundamental para o “fandonismo“, porque é na internet onde a maioria dessas pessoas vão conseguir se encontrar e trocar informação entre si. É uma conexão fácil e simples, que contribui para que os fãs se tornem ainda mais fãs.
É este nível de fã que está mudando as celebridades que temos, pois as pessoas estão mais próximos daqueles que são idolatrados e isso influencia diretamente as ações de cada um deles. A abertura e liberdade que as pessoas tem dentro da internet de multiplicar e remixar os seus ídolos à sua imagem ajudam a construir as celebridades de amanhã.
Neste vídeo (em inglês, sem legenda) do PBS Idea Channel, Mike Rugnetta fala um pouco sobre o futuro destas tribos e principalmente sobre como elas podem influenciar quem elas reverenciam, cada vez mais.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=eJ3EBR1hlbI /]
Música, futebol e Instagram
A proximidade com os fãs tem construído novas celebridades também, mas estas ainda são feitas de carne e osso.
Jovens celebridades, como o jogador de futebol Neymar, usam o Instagram para mostrar os bastidores da sua vida de famoso e com isso conseguem se aproximar dos seus fãs de uma forma nunca vista antes. Isto talvez mude o comportamento do jogador, ao saber que está próximo de seus fãs e será julgado por qualquer atitude.
A grande questão dos dias de hoje é entender a relação que as mídias sociais tem sobre o comportamento destas celebridades. Se elas estão mais expostas, terão mais receio de fazer algo errado. Ou não? O que você acha?