Todo o dia na Campus Party há duas palestras no Palco Principal, que ocorrem respectivamente as 13 e as 19 horas, geralmente trazendo grandes nomes da área da comunicação e tecnologia para debater sobre assuntos de grande interesse. No dia de hoje (30), subiu ao palco Rainey Reitman, Diretora de Ativismo do EFF (Eletronic Frontier Foundation), uma organização não governamental americana que luta desde 1990 para proteger os direitos do cidadão em uma era cada vez mais digital.
O principal ponto levantado por Rainey durante a sua fala é que estamos usufruindo da tecnologia sem prestar atenção em como as empresas e o governo estão guardando informações nossas sem que saibamos. Ela lembra que existem diversas empresas especializadas em rastreio digital, pegando informações que você deixa pública em serviços online e através de cookies de navegador que podem criar históricos de sua localização, hábitos de compra e até se você anda confabulando contra o governo.
Apesar de muitas pessoas acharem que este assunto se aproxima demais da teoria da conspiração, ela lembra de casos que ocorreram nos últimos meses onde o governo utilizou o seu poder para requisitar arquivos de tweets e dados de diversos usuários do Twitter que participavam de manifestações. Ela reclama que os governos se aproveitam destes dados para descobrir quem mais está contra o governo, onde estas pessoas se reúnem e o que elas estão dizendo. Você já parou para pensar o quão perigoso é isso?
Em sua fala, ela deixou a dica de 4 programas que podem ajudar os usuários a se proteger, para evitar que grandes corporações rastreiem todos os seus passos online.
- Navegador TOR, para navegar sem ser rastreado;
- Pidgin e/ou Adium, que são clientes de mensagens instantâneas que possuem troca de mensagens encriptadas;
- HTTPS Everywhere, plugin para Firefox/Chrome que torna toda as suas conexões encriptadas;
- TOS-Back, que monta um histórico de todas as alterações nos termos de uso de diversos sites;
E para encerrar, durante as perguntas, a palestrante foi questionada sobre o que o Brasil deveria se preocupar em fazer para os próximos anos, na eminência de uma Copa do Mundo onde todos os olhos vão se voltar para cá. Ela rapidamente respondeu que o Brasil deveria criar a sua própria EFF, uma organização não governamental que pudesse lutar a favor dos direitos do cidadão, uma organização que poderia facilitar, agilizar e melhorar o trabalho da EFF no Brasil, prática que já é comum em diversos países, segundo a mesma.
Você pode conhecer mais sobre o trabalho da EFF através do site deles e do @eff.