@mitikazu é fundador da Hive, pode-se dizer que a maior (e uma das poucas que sejam grandes) empresa de games do Brasil, um mercado bem complicado de conseguir ir muito longe em um país onde impostos dificultam o trabalho de qualquer publicador, desenvolvedor ou pessoa ligada a área de games.
A palestra foi no final da manhã deste dia 8, no palco de Jogos. Apesar de o objetivo principal ser conversar com outros desenvolvedores, a palestra falava sobre publicidade e jogos, citando constantemente temas como advergames, in-game ad, gamificação e game events. Nestas 4 categorias existe um mercado imenso e ainda pouco explorado por empresas.
O palestrante apresentou diversos dados sobre o mercado brasileiro e mundial de jogos, mas separamos alguns dados interessantes que tem mais ligação com quem trabalha na área de comunicação e marketing, que é o meu caso. Segundo pesquisas apresentadas por ele, há hoje no Brasil, mais de 35 milhões de jogadores, levando em consideração que há 46 milhões de internautas no país e 76% destes é “gamer” (ou em bom português, joga algum jogo).
Um dos temas que ele mais cita durante a sua fala foi que a realidade de jogador não é mais aquele estereótipo clássico do gordão nerd jogando trancado em seu quarto, hoje qualquer um é jogador em algum momento da sua vida. Jogar paciência no computador, jogar Farmville no Facebook ou mesmo jogar Angry Birds no celular, quem nunca fez nenhum desses? De acordo com as palavras dele “não importa em que ambiente virtual você esta, jogos estão acompanhando você. O sistema de jogos está onipresente”.
Ainda segundos dados trazido por Mitikazu, a utilização de jogos como plataforma de mídia é um mercado muito grande, que apenas em 2011 o In-Game Advertising (anúncios veiculados dentro dos jogos) gerou um gasto de US$1 bilhão. E como ele mesmo comenta, esta receita trazida pela publicidade geralmente representa uma grande parte da receita total alcançada pelo jogo.
Tive espaço para fazer uma pergunta mais ligada a comunicação, não apenas a área de desenvolvimento. Questionei sobre a possibilidade de pequenas e médias empresas, que representam grande parte PIB do Brasil, de investirem mais em In-Game Ad e Advergames ou se isto deve ficar restrinto a grandes marcas. Em sua resposta, segundo ele, há muito mercado para PME sim, mas são pouco explorados. Mas ele recomenda que no começo estas empresas podem ter mais retorno investindo na publicidade dentro dos jogos, ao invés de tentar criar os seus próprios.
A criação de um bom jogo pode gastar mais de R$700 mil para fazer, mas o problema é que 99% deles falham pelas mais diversas razões e por isso que as pessoas perdem o interesse em investir. Ele comenta que se já é difícil fazer um jogo normal, imagine um “Advergame“. Também registrou que o mercado está mudando mesmo, não são apenas empresas ligadas a tecnologia e videogames que investem em publicidade nos jogos, porque agora qualquer pessoa pode estar jogando.