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2012 foi o ano que começou a revolução dos livros digitais no Brasil? #cpbr6

Hoje (30) durante a tarde houve a mesa de discussão “E-Book à Brasileira” trazendo grandes nomes relacionados a área de publicações digitais no Brasil para discutir como está mídia tem sido consumida no Brasil e para onde estamos caminhando. A mesa contou com a presença de Diogo Sponchiato (editor da Revista Galileu), Carlo Carrenho (consultor editorial e fundador da Publishnews), Sergio Herz (CEO da Livraria Cultura), Prof. Hubert Alquéres (vice-presidente de Comunicação da Câmara Brasileira do Livro) e Roberto Bahiense (Diretor de Relações Institucionais do Grupo Gol e dirige a Biblioteca on-line Nuvem de Livros).
A primeira questão levantada é sobre a importância da chegada dos livros digitais no país. A grande vantagem das publicações digitais em relação a publicação impressa é realmente a sua acessibilidade. Esta acessibilidade está ligada a deficiências físicas, já que tal tecnologia proporciona controle do tamanho de fonte, contraste, etc, assim como torna mais acessível e mais barata a distribuição deste conteúdo. Você pode comprar um livro sem precisar se levantar do sofá, sem precisar desprender muito tempo indo até um local adquirir um livro.
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Esta nova realidade parece promissora, levando os livros até os locais mais remotos do Brasil, se não fosse pelo preço dos aparelhos, outro ponto levantado. No Brasil, ainda menos por enquanto, está tecnologia custa caro (nos outros países também não é muito mais barato não), o que nos leva a questões como, por exemplo, será que as pessoas vão comprar um e-reader ou um tablet? Um serve apenas para ler, o outro faz tudo. Mas o e-reader proporciona melhor qualidade de leitura, isto será o suficiente para convencer a pessoa?
Em um país onde as pessoas leem em média menos de 1 livro por mês, será que a compra de um aparelho por alguma centena de reais é justificável, sendo que você provavelmente ainda terá que pagar pelos livros de qualquer forma e, como já vimos por aqui, os livros digitais têm pouca diferença de preço em relação as suas versões impressas.
De qualquer forma, a largada desta revolução da leitura no Brasil foi dada em Dezembro de 2012, quando a Amazon lançou oficialmente o Kindle e a sua loja brasileiras de publicações digitais, ao mesmo tempo em que o Google trouxe os seus livros para cá e a Livraria Cultura lançou o Kobo, concorrente do Kindle. Sergio, da Livraria Cultura, já anunciou durante o debate que na Livraria Cultura, uma das principais livrarias do Brasil, mais de 3% das vendas já são de publicações digitais. E Roberto, da Nuvem de Livros, ressalva que o formato já existia antes, que a Nuvem de Livros estava aqui antes e sempre foi pensada no compartilhamento de conhecimento, não em lucro e venda de livros, claramente dando uma alfinetada nos serviços como o do Google, Amazon, Livraria Cultura, Saraiva e tantos outros.
De fato, a previsão é que a mudança continue forte, já que um Projeto de Lei prevê que até 2020 TODAS as escolas públicas e privadas devem ter uma biblioteca de no mínimo 1 livro para cada aluno, sendo que atualmente, 60% dessas mais de 200.000 escolas não tem sequer uma biblioteca. Isto, somado ao fato de que o edital de livros didáticos do governo já prevê para 2015 a compra de livros em formato digital. Tudo isto aquece rapidamente o mercado editorial digital, dando novos ares a este comércio nos próximos anos. Apesar disto, todos têm certeza de que o livro digital irá durar durante muito tempo ainda, afinal, a leitura nele ainda é mais confortável, ele ainda é mais barato e ainda é mais acessível, algo que deve mudar com o tempo.
A questão levantada ao final é de que a morte certa não é a dos livros físicos, mas a das livrarias. Não podemos achar que o livro irá acabar assim tão fácil, mas podemos ter certeza que as livrarias irão. Hoje em dia quase todas as compras de livros são feitas online, uma tendência que nos EUA se concretizou nos últimos meses, já que as principais livrarias do país anunciaram que irão fechar boa parte de suas lojas físicas nos próximos meses.
E tudo se resume a uma grande questão – que provavelmente nunca será respondida, será que as ferramentas digitais disponíveis fazem com que as pessoas leiam mais como tanto se diz?

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